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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Génese

Tudo começou a 24 de Maio de 2009 (ou 38 semanas e 4 dias antes), quando fui pai pela primeira vez.

Há muito que sonhava com esse momento, que finalmente se concretizou, e sempre desejei ser o "Melhor Pai do Mundo". Não o melhor de todos (os pais), mas o melhor pai para o meu filho.
Decidi acompanhar o meu filho, e respectiva mãe, a todas as consultas e exames, desde a concepção até ao nascimento. E assim o fiz, apesar de por vezes ter de passar por alguns dissabores no local de trabalho, e ouvir comentários do tipo "Parece que estás mais grávido do que ela!", apenas por desejar estar presente em todo o processo de gestação do meu primeiro filho.

Frequentámos também juntos, as aulas de Preparação Para o Parto, onde a Enfermeira Parteira, especialista em Saúde Materna e Obstétrica, nos falou da sua experiência pessoal e profissional, ensinou às mães a importância da respiração no momento do trabalho de parto, o que fazer e o que não fazer perante diversas situações, o papel do pai em todas as fases da gravidez, no parto e pós-parto. Foi realmente enriquecedor, conversar com outros jovens casais, colocar questões, esclarecer dúvidas.

A gravidez decorreu sem problemas de maior, apesar de alguns "alarmismos" no último trimestre, devido ao crescimento "abaixo da média" do nosso filhote. Nunca me preocupei demasiado com isso pois, como enfermeiro, observava que a mãe alimentava-se bem, ele mexia-se bastante e, acima de tudo, por que sempre questionei as médicas, no momento das ecografias, se ele estava bem formado e "perfeitinho" ou se haveria algum problema. Felizmente não havia nada a registar, a não ser a Redução do Crescimento Intra-Uterino (RCIU - termo técnico) que obrigou a mãe a ficar em casa, de baixa por Gravidez de Risco, cerca de 2 meses antes da Data Provável de Parto (DPP), com indicação médica para repousar e não fazer esforços.

Foram momentos difíceis, principalmente para a mãe, educadora de infância, nada habituada a ficar parada no mesmo sítio. Apesar de compreender que era para o bem do nosso filho, esta situação veio acrescentar ansiedade e tensão ao seu estado de espírito, levando-a a culpabilizar-se pelo crescimento mais lento do nosso filho. Procurei sempre apoiá-la da melhor forma possível, lembrando-lhe que ele se estava bem formado e que ele tinha tempo de crescer cá fora, pois as médias, e os percentis, são apenas números, obtidos a partir de valores mais elevados e valores bem mais baixos que o nosso.

Mas o momento alto deste turbilhão de sentimentos, o culminar de todo o esforço por parte da mãe para levar a "bom porto" esta gravidez, foi sem dúvida o momento do parto.
Não foi um parto normal, como desejávamos e para o qual nos preparámos, mas sim por cesariana. Em condições "normais", o pai não pode assitir a este tipo de parto, porém, como profissional de saúde, falei com os médicos e enfermeiros do Bloco Operatório e, felizmente, nenhum se opôs à minha presença. Pude assim cumprir a promessa, feita à mãe, de nunca a deixar só e, ao mesmo tempo, presenciar o momento mais emocionante da minha vida até então: O Milagre da Vida, o nascimento do nosso filho, descendente do nosso AMOR.

Foi tudo tão rápido! Assim que puxaram a sua cabeça para fora do útero materno, o restante corpo saiu num ápice, e logo ali, sem palmadas nem nada, começou a chorar! Nem conseguia acreditar: "Já sou Pai?!" - foi o primeiro pensamento que tive. Depois de me assegurar que a mãe estava bem, fui ao encontro do nosso filho e, apesar de já ter "gravado" todas as imagens no meu coração, captei a sua primeira imagem com o telemóvel (mais a pedido das enfermeiras, pois não era essa a minha prioridade). Assim que acabaram de o limpar e vestir, levei-o nos meus braços até à mãe, para que pudesse finalmente ver o filho que, durante 38 semanas e 4 dias, gerou, alimentou, protegeu e amou dentro do seu ventre.

Assim se iniciou um nova vida, uma vida a 3, uma vida de aprendizagem contínua, de altos e baixos, de choros e de risos, cheia de amor e dando graças a Deus por nos ter abençoado com o Rafael.

1 comentário:

  1. Deus chamou-vos, de facto, aos DOIS para serem pais desse bebé tão especial, um milagre de amor e de vida, porque nenhuns outros pais poderiam desempenhar melhor essa missão! O nosso Rafael tem nos ajudado a reflectir muito... e conduzir-nos-á, com certeza, a profundidades de ternura, paciência e altruísmo... fazendo-nos adquirir um novo sentido do significado e da missão da Vida! Continuem a acreditar na Vossa União e numa Vida repleta de grandes emoções com o Vosso "Trouxinha" de bênçãos! ;-)

    Xi-coração da Filipa

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