+
(M
ais) PAI pretende ser um espaço de reflexão, de partilha de experiências, de esclarecimento de dúvidas mas,
acima de tudo, um incentivo para que nós, PAIS, de todas as idades, raças e credos, sejamos cada vez
mais (+) Presentes, mais (+) Activos, mais (+) Informados, na educação dos nossos filhos.
Acompanhar de perto e intervir da melhor forma no desenvolvimento saudável dos nossos descendentes.
Protege-los quando necessário mas dar-lhes tempo e espaço para brincar e
sonhar.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sonhos bons ou maus?

Ao contrário do que alguns adultos imaginam, os bebés também sonham.
Estudos demonstram que os sonhos podem iniciar-se ainda na vida intra-uterina.

Recentemente, dei com o meu filho a soltar pequenos choros, como que gemidos estridentes, enquanto dormia (quer fosse nas sestas do dia ou no sono durante a noite).

Nessas ocasiões dirigia-me até ao quarto dele e, para meu espanto, ele continuava a dormir. É que às vezes o choro parecia de aflição ou medo e, claro, como um bom pai que pretendo ser, dirigia-me lá para o acalmar.

Apesar de já saber que os bebés sonham, nunca me tinha ocorrido que também tivessem pesadelos.

Segundo Eduardo Sá, psicólogo e psicanalista, "os pesadelos fazem bem à saúde" na medida em que se traduzem no "pensamento a fazer a 'revisão da matéria dada', enquanto dorme". É através deste processo que o pensamento reorganiza as memórias das experiências diárias, limpando as "poeiras" existentes, permitindo ao bebé saber o que virá nos dias seguintes.

O meu filhote só costuma ter, geralmente, um episódio de sonhos mais intensos por dia e predominantemente durante a noite. Algumas vezes chegou mesmo a acordar e aí eu vou ter com ele, falo-lhe calmamente, ofereço-lhe a chupeta e ele acalma-se e adormecesse de novo.

Esta noite ele teve um pesadelo logo no início da noite, apesar de não ter acordado, mas como chorou tão forte fui lá. Numa questão de segundos sossegou, dormindo cerca de 9h (o seu novo recorde pessoal)! A mãe agradeceu a primeira noite bem dormida, hoje que o rapaz completa 4 meses de vida.

Eu sempre ouvi dizer, e sou defensor da mesma teoria, que "dormir é meio sustento" mas o psicólogo Eduardo Sá vai mais longe defendendo que "em rigor, dormir não é um «meio» sustento: sonhar (com monstros, sobretudo) é que sim".

Se é um especialista que o diz...


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dormir fora de casa

Pela primeira vez, desde que teve alta da maternidade, o nosso filhote dormiu fora de casa.
Já está habituado a dormir em casa dos avós, maternos e paternos, mas nunca dormiu à noite fora da sua caminha.

Estavamos receosos quanto à sua reacção pois, além da casa, também a cama era diferente (daquelas de viagem, onde nunca havia dormido), como também a terra era outra, mais precisamente, a Aldeia das Dez, em Oliveira do Hospital.

Apesar de tudo isso e, mais uma vez, o pequenote surpreendeu-nos! Dormiu como um anjinho. Tão bem, ou melhor até, que algumas das noites na sua cama.

O cansaço da viagem também deve ter contribuido para isso, mas o local, a Aldeia das Dez é proprício a boas noites de sono, mesmo para os adultos, pois é extremamente sossegado e calmo. Qualquer um fica em paz com aqueles ares.

Claro que, dado o frio que se faz sentir por lá ao cair da noite, tivemos de tomar alguns cuidados com a roupa dele e da cama, levando roupas mais quentes e colocando várias camadas de roupa por forma a mantê-lo quentinho.

Felizmente tudo correu bem e foi uma boa experiência para todos. Temos de repetir em breve.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Estará doente?

No início da semana fui com o meu filho ao centro de saúde para que a médica de família o observasse.

É que o rapaz, de há uns 5 dias para cá, começou com uma tosse seca que nos preocupou. Quer dizer, preocupou mais a mãe do que a mim (embora achasse aquela tosse um pouco estranha), uma vez que ele não tinha febre nem expectoração. Por vezes chegava mesmo a acordar de noite com episódios de tosse.

Apesar de ter quase a certeza que era normal, como a mãe costuma ter problemas respiratórios com alguma frequência, decidi que era melhor ir certificar-me.

A médica de família auscultou o pequeno e não detectou qualquer problema ao nível dos pulmões. Fiquei logo mais descansado e assim pude tranquilizar também a mãe.

Agora é o aspecto das fezes que nos tem despertado a atenção. Ultimamente tem feito um cocó de cor verde e granulado. Inevitavelmente, começamos a associar a tosse, os espirros e a cor do cocó, e como a mãe entretanto se constipou, ficámos preocupados se ele não estaria a adoecer mesmo.

A sua temperatura continua normal; As fezes têm consistência e não são líquidas; Quanto à cor, como já não estava bem certo, fui investigar. Ao que parece, são várias as razões para as fezes apresentarem cor esverdeada:
- Estar a ingerir lactose em excesso, o que acontece quando ele só mama o leite inicial e depois quer mudar de mama, não bebendo o leite posterior que é mais calórico;
- Pela normal oxidação dos pigmentos biliares;
- Pode tratar-se de algum vírus (o cenário mais preocupante, e aquele para que já estavamos a apontar).

Contudo, após a pesquisa e, conversando com a mãe, chegámos à conclusão que se pode tratar tão somente da primeira hipótese. Realmente quando ele "decide" largar uma mama ao fim de 6 ou 7 minutos, rejeitando voltar a mamar lá, a mãe vê-se "obrigada" a oferecer-lhe a outra mama. Desta forma, ele tem ingerido somente o leite inicial de ambas as mamas, mais rico em lactose e que pode estar a dar a cor esverdeada ao cocó.

Temos de insistir para ele mamar de forma a esvaziar uma mama antes de passar para a seguinte. Porém, se a situação mesmo assim se mantiver, contactarei novamente com a médica. Apesar de ser enfermeiro, sei reconhecer os meus limites, principalmente por que quando são os nossos acabamos por ter sempre menos certezas... não é verdade?


terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Triângulo Parental

O texto que se segue foi retirado de um trabalho da Psicóloga Filipa Dinis que, gentilmente, mo cedeu para enriquecer o blogue do maispai.

É um pouco extenso mas igualmente rico e motivador. Salientei a negrito algumas palavras chave e espero que seja para os restantes pais, tal como foi para mim, um incentivo extra para serem +PAI, na medida em que reconhece a importância e a influência do pai no desenvolvimento e educação do(s) filho(s). Sempre em complementaridade com a mãe, claro está.


"A relação mãe-bebé desenvolve-se a partir de várias reacções inatas do bebé à mãe e da mãe ao bebé. Este começa a vida com alguns padrões reflexos importantes. E este corpo a corpo, as estimulações vindas do corpo da mãe, constitui um meio ambiente suficiente para se desenvolverem, igualmente, as aprendizagens (Gleitman, 1986). Porém, a partir do segundo-terceiro mês, o bebé deixa de viver num mundo de corpo a corpo. Olha mais além e habita já um triângulo sensorial em que o que descobre é sentido sob o olhar de um outro, o pai. E, mesmo quando mama na mãe em frente-a-frente, a simples presença do pai modifica as suas emoções (Cyrulnik, 2001).

Os estilos de interacção da mãe e do pai com os filhos são distintos. No geral, o pai mostra comportamentos e atitudes diferentes dos da mãe, promovendo certo tipo de áreas de desenvolvimento em detrimento de outras e evidenciando formas de comunicação com os filhos que parecem essenciais, ou pelo menos relevantes ao desenvolvimento das crianças, e são diferentes, também, das da mãe (Balancho, 2003).

De alguma forma, a natureza terá previsto que a mãe e o pai, juntos ou separados, se complementariam nas suas funções e papéis e se apoiariam na tarefa fascinante, mas exigente, de educar.

«Podemos falar de três tipos de presença dos pais na vida diária dos filhos: a interacção/envolvimento, que é o contacto directo nos cuidados e actividades partilhadas (seja dar de comer, ler uma historia, ajudar nos trabalhos da escola, conversar sobre drogas ou praticar desporto, etc.); a acessibilidade, que se pode definir como a disponibilidade potencial do pai, ao estar por perto, física e emocionalmente do/a filho/a, mas sem haver, no entanto, interacção directa com ele/a (como seja estar numa das divisões da casa a ler ou a trabalhar, enquanto a criança brinca ou vê televisão, ou o adolescente toca viola, noutra divisão); e a responsabilidade, que corresponde à iniciativa e tomada de decisões práticas (como o saber que é preciso ir comprar roupa para a criança, levá-la às consultas médicas, seleccionar a escola, etc.). Independentemente de muitas destas acções serem partilhadas com as mães, o que aqui está em causa é aquilo que o pai realmente faz.» (Balancho, 2003, p. 37)

Falando globalmente, sabe-se que o pai se envolve mais em actividades de brincadeira, físicas e estimulantes, e que a mãe desempenha mais acções para acalmar os filhos, nos cuidados diários, tais como alimentá-los, dar-lhes banho, tratar das rotinas e dos cuidados corporais. Ao observar os pais em interacção com bebés, descobriu-se que tocavam mais mas falavam menos, fazendo ruídos ritmados para atrair a atenção dos filhos. Pela qualidade das brincadeiras, levavam os bebés por uma constante montanha russa emocional, saltando de actividades que exigiam imenso da criança e a excitavam, para actividades que tinham para a criança um nível de interesse mínimo. Ao longo do crescimento e desenvolvimento, muitas destas especificidades continuam a sentir-se. O pai continua a envolver-se com os filhos em actividades mais físicas que incluem levá-lo às cavalitas, atirá-los ao ar, fazer cócegas, a inventar jogos invulgares e com fantasia à mistura, enquanto a mãe tem o papel de os fazer “descer à terra”. Estas brincadeiras educativas, quando feitas com cuidado, são uma interacção calorosa e lúdica, que ajuda as crianças a regularem e controlarem os seus comportamentos e emoções, a lidarem com um leque grande de sentimentos e adaptarem-se a uma grande variedade de situações. Levam os filhos a observar atentamente as expressões faciais e linguagem corporal do pai e, enquanto lhes testam os limites, conduzem-nos a desenvolver a confiança e a aprender como lidar com situações deste tipo, no futuro, na vida. É a primeira grande aprendizagem sobre disciplinar com amor: mostra aos filhos que o pai os ama, que é forte e tem controlo sobre eles e que não os controlará, a não ser que seja necessário. Aprendem que o pai é poderoso e forte e ao mesmo tempo cuidadoso e brincalhão (Balancho, 2003).

A competência intelectual, o chamado QI, já surgiu associada ao envolvimento do pai nas brincadeiras, tempo de interacção e aspirações sobre a independência das suas crianças, mais uma vez fazendo sobressair o seu papel, diferente e presumivelmente complementar do da mãe".

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tira a mão da boca!

De alguns dias a esta parte que o nosso filhote não tira as mãos da boca. Umas vezes enfia-a quase toda e "suga-a" com força (geralmente, quando está com fome), outras vezes parece introduzir, intencionalmente, apenas o polegar.

Acontece que a mãe insiste em retirar-lhe a mão da boca, principalmente no segundo exemplo, pois tem receio que ele se comece a habituar (mal) a chuchar no dedo em vez da chupeta. É que ele tem cá uma habilidade para retirar a chupeta, empurrando-a com a mão, quer esteja deitado ou ao nosso colo, enfiando logo de seguida o dedo na boca, que até parece que já está a teimar connosco.

No entanto, com base nos meus conhecimentos e no que tenho lido, penso que se trata apenas da descoberta do seu próprio corpo e que, por isso, não é necessário estar sempre a ralhar-lhe ( se bem que, quando ele introduz 3 ou 4 dedos na boca, aí puxo-lhe a mão para fora). Em vez disso, arranjo-lhe outras coisas para ele chuchar ou morder.

Segundo os especialistas, os bebés possuem mais de 10 mil papilas gustativas na boca pois, ao invés dos adultos que as têm apenas na língua, eles têm-nas em ambos os lados e no céu da boca (nota: as meninas possuem mais papilas gustativas que os meninos).

Assim, nesta fase, o bebé vai explorando o seu corpo, e o mundo que o rodeia, através da boca, chegando mesmo a introduzir os próprios pés!

Como já possui as capacidades para distinguir os diferentes paladares, é normal que as suas reacções sejam semelhantes às de um adulto. Quando prova algo doce a sua expressão facial é sorridente e faz uma careta quando prova uma coisa amarga.

Além da boca, todo o corpo do bebé é bastante sensível ao toque, ao tacto.
Segundo o Dr. Richard Woolfson, o bebé "começa a tornar-se sensível ao toque pouco tempo após a concepção e, pela 32ª semana de gravidez, todas as partes do corpo respondem a estímulos tactéis. (...) A sensibilidade do seu bebé desenvolve-se rapidamente nos dias que se seguem ao nascimento." (in Em que Pensa o Meu Bebé, 2007).

Ultimamente temos também notado que ele se "baba" muito. Parece salivar muito mais que antes, o que coincidiu com esta vontade de levar tudo à boca. Claro que ainda é muito cedo para serem os dentes a nascer mas, não obstante, é nesta altura, pelos 3-4 meses, que os mesmos se começam a formar no interior das gengivas, ficando estas mais duras, e por vezes magoando a mãe na hora da mamada.

Tudo isto é normal, faz parte do (bom) desenvolvimento do bebé, logo vamos tentar encontrar um equilíbrio entre o que cada um de nós pensa, e não radicalizar atitudes e comportamentos.

Em caso de dúvidas, consultem o vosso médico de família ou pediatra, enfermeiro(a) ou outro profissional qualificado.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Por que chora o (meu) bebé?

Esta será, certamente, a questão que mais vezes repetimos ao longo do dia e que, se não for "respondida" rapidamente, provoca bastante ansiedade, nos pais, e frustração no bebé.

Frustração no bebé?! Mas porquê?

É compreensível que, sendo o choro uma forma primária de comunicação verbal do bebé, que varia consoante as suas necessidades, as quais ainda não satisfaz por ele próprio, se nós pais não percebermos o que pretende ele vai ficar cada vez mais aborrecido.

Esse choro pode ser acompanhado, ou não, de linguagem não verbal (agitar de braços e pernas, expressões faciais, etc) que, em conjunto, nos ajudam a "decifrar" o que é que o bebé nos está a dizer/ pedir/ avisar.

São inúmeras as razões para o bebé chorar: fome, desconforto, calor, frio, sono, falta de atenção, entre outras.

Penso não estar a mentir se disser que, a determinada altura das suas vidas de progenitores, todos os pais e mães já se depararam, pelo menos uma vez (geralmente no primeiro filho) com uma situação semelhante: Mas se ele já mamou, por que é que ainda está a chorar?"; "Já mamou, já tem a fralda limpa, por que é que não adormece?"; "O que é que ele tem? Serão dores ou fome? Terá sono ou quer brincar? Já não sei mais que lhe fazer.".

É perfeitamente normal que, quando somos pais pela primeira vez, nos sintamos inseguros e incapazes de entender o que nos diz o nosso filho quando chora. A maior parte das vezes "deve ser fome" e claro, nas primeiras semanas, as "cólicas" são justificação para todas as queixas.

Porém, com o tempo, a própria natureza, e claro o nosso bebé, se encarrega de "treinar" os ouvidos dos (recém-)progenitores para, gradualmente, perceberem o significado do choro. Inicialmente será por tentativa e erro que se vão eliminando as hipóteses mas, em pouco tempo, cada pai e cada mãe serão as pessoas mais capazes e habilitadas para distinguir os diferentes choros, uma vez que são quem melhor conhece o(s) seu(s) filho(s).

No meu caso, até aos 3 meses, tinha dificuldade em perceber o que queria o meu filho quando chorava, e ficava impressionado com a capacidade da mãe para decifrar o significado de cada choro.

Neste momento, passada que está apenas 1 semana da minha licença parental, já sou capaz de interpretar quando é que ele chora com sono ou se está apenas cansado de brincar. Consigo distinguir se é a fralda que está suja ou se já está a ficar com fome. Realmente, com o treino, qualquer pai/mãe consegue compreender o que o seu filho quer dizer com cada choro, pois eles são realmente diferentes.

Agora já me sinto +confiante para cuidar dele, pois sei do que ele precisa, e o que me pede. Claro que às vezes também não sou capaz de perceber logo à primeira e, mesmo eliminando as diferentes hipóteses, por vezes não sei o que ele tem. Nesses casos é preciso manter a calma e transmitir-lhe paz e serenidade, falando com ele num tom suave, enquanto o seguramos ao colo. Assim ele vai-se sentir seguro e saberá que eu, pai, vou estar lá para o ajudar, bem como a mãe, claro!

Para informações mais detalhadas sobre a interpretação do choro do bebé espreitem aqui ou, se preferirem frequentar um curso/ workshop sobre linguagem do bebé, dêem uma espreitadela acolá.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Rotinas

"Quando a esmola é muita, o pobre desconfia", é um ditado tão antigo quanto verdadeiro.

Foi o que me aconteceu do 1º para o 2º dia de licença.
Depois de um primeiro dia calmo e em que tudo correu de feição, veio o oposto no dia que se seguiu.

Os bebés necessitam de rotinas para se sentirem seguros e confiantes.
Acontece que, até há 3 dias atrás, a mãe estava sempre presente, bem como o pai, quando o pequeno chorava ou precisava de cuidados. Passeavamos ao fim da tarde e tomava o banhinho à noite antes da mamada da "ceia".

Ontem, segundo dia que a mãe regressou ao trabalho, apesar de eu ter tentado realizar as mesmas rotinas dos dias anteriores, o nosso filho sentiu a falta da sua mãe e, após a mamada da tarde, no local de trabalho, ele não adormeceu como habitual. Fez um soninho leve e, mal chegámos a casa dos avós paternos, iniciou um choro desenfreado, sem razão aparente, pois não tinha fome, a fralda estava limpa, estava cheio de sono mas não o consegui adormecer nem acalmar. A avó, com mais anos de experiência e, até à dias a cuidar do 1º neto, também não conseguiu acalmar o neto mais novo.

Fiquei preocupado, pois não consegui perceber, na altura, o que é que ele tinha.

Entretanto a mãe chegou, felizmente, e ainda assim, teve dificuldade em acalmar o pequeno, que insistia em não adormecer e continuava agitado. Demorou quase 2 horas até adormecer, a muito custo, e "obrigou" a mãe a recorrer a técnicas que já não usava desde a altura das cólicas.

Só à noite, antes de adormecer, parei para pensar: as rotinas foram alteradas.

Claro, as rotinas foram alteradas abruptamente e ele ressentiu-se. A mãe, com quem ele já estabeleceu um vínculo mais forte, deixou de estar presente a toda a hora, e agora só aparece o pai. Por mais que eu me esforce, nunca poderei substituir o colo e a presença da mãe.

Contudo, nos próximos tempos, ele também se vai habituar a ter o pai mais presente, pelo menos durante o período de trabalho da mãe. Estas vão passar a ser as nossas próximas rotinas: ir ao trabalho da mãe a meio da manhã e a meio da tarde. Depois damos o passeio, ao qual a mãe se juntará assim que sair do trabalho. Já de regresso a casa, mais para a noite, virá sempre o banho para relaxar da agitação do dia-a-dia.


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Licença Parental do PAI: Dia 1

Estão prestes a terminar as primeiras 24h da minha licença a sós com o meu filho. Bem, não foi totalmente a sós, pois fomos ter com a mãe ao trabalho para ela o poder amamentar.

Não foi muito diferente dos restantes dias, pelo menos, no que respeita a banhos e mudar fraldas.

No entanto, hoje fui eu que escolhi a sua roupa e o vesti. Fomos passear os dois, sem ser de automóvel, para variar.

Hoje senti-me +pai pois, sempre que ele esteve mais agitado, queixoso ou rabugento, fui eu quem o conseguiu acalmar.

Ainda só passaram 24h mas já me começo a sentir mais envolvido com o meu filho.
Gostei e gozei cada momento na companhia do meu filhote, a adormece-lo, a acalma-lo, a conversar com ele, a sorrir-lhe e a receber reciprocamente a sua atenção.

Hoje foi um dia especial para mim. Às vezes ainda me custa a acreditar que sou pai de um ser tão perfeito, tão doce e querido. A minha jornada está agora no começo e o caminho, espero, vai ser longo, por vezes sinuoso, com altos e baixos, dúvidas e inseguranças mas, sei que não estou sozinho e posso sempre continuar a aprofundar os meus conhecimentos, informar-me.

Amanhã é outro dia. Vamos lá ver se também corre de feição...